domingo, 24 de setembro de 2017
Atravessando o deserto...
Sabia que nada seria fácil e a água já escassa, deveria ser usada unicamente para beber. Há dias, sentia uma imensa vontade de parar e entregar o que ainda possuia ao deserto. Meu corpo estava desfigurado pela dor, sem saber onde estariam meus amigos perdidos, ou seria eu a perdida no centro do deserto?
Minha vida, parecia estar ligada a um cordão. Era imensamente desagradável estar ali sem nenhuma noção de até onde, poderia chegar. Os pés, estavam cansados e extremamente debilitados pelo desgaste da bota que os protegia.
Já não havia mais como me orientar, não sabia coordenar quando era noite ou quando era dia, mas não tinha mais importância, tudo era nada, absolutamente nada e o cansaço, me deixou caida no meio do deserto e adormeci.
Acordei com a tempestade de areia e sem forças ainda, vi que estava sendo enterrado, o meu corpo que ainda possuía vida.
Senti estar sendo sendo devorada viva. Consegui forças e me coloquei de pé. Não sabia mais para onde ir e a direção, era o que menos importava, precisa salvar a mim mesma do medo do deserto descoberto e desprovido de qualquer meio de sobrevivência.
De repente, tudo silenciou, só ouvia o som do meu desepero, do não saber o que fazer. Minha água daria ainda para dois dias, mas era tempo demasiadamente curto para tanta distância e extrema exaustão.
Queria sentar, mas tinha medo de não conseguir mais levantar meu corpo. Não chorei, estava desprovida de lágrimas e de qualquer sentimento naquele lugar. Cai e adormeci novamente de fome, cansaço e medo.
Não sei quanto tempo passei dormindo, mas sei que ao acordar, não estava mais lá. Meus amigos, encontraram o caminho da volta, vieram ao meu encontro, me resgataram, e levaram meu corpo quase sem vida para uma tenda onde havia água e frutas.
Lá, esperei mais vinte dias para que eu fosse levada de volta ao meu ponto de partida, a capital da cidade.
by/erotildes vittoria/manuscrito de julho de 2011/LL/61LLPR/RESF//
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