quinta-feira, 7 de setembro de 2017

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Passei alguns dias com aquela melodia rondando meus pensamentos. Imaginei ter ouvido em algum lugar e dei pouca importância ao som que muitas vezes entrava pelo meu quarto enquanto eu dormia.

Uma manhã ao acordar, lembrei de um sonho que falava de uma poesia de amor. Fiquei ali deitada sobre a cama e fui aos poucos, lembrando e cantarolando como alguém que conhecia a letra e a música. Falava de um navio que partia para um país distante e de adeus para um amor que ficava e chorava de saudade antes mesmo da partida.

Mencionava  uma carta escrita e deixada sobre a mesa da biblioteca e de um sinal no rosto, que seria a marca de um possível reconhecimento, de duas flores de jasmim dentro de um livro de capa azul, das rosas vermelhas no cantinho da janela, de um coração de seda sob o travesseiro com fragrância de lavanda e o perfume do pé de cravo ao lado direito do jardim.

Falava ainda, de rosas e incenso, do rubi e das pérolas negras. Do beijo com baton carmim deixado sobre o papel e uma carta escrita com letras marcadas com tinta vermelha onde podia ler; parto com o coração em prantos e a dor de sentir que ele está partido em milhões de pedaços e entre beijos e abraços, fica a certeza do nosso amor sendo distanciado pela dúvida que separa para sempre, dois corações apaixonados.
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by/erotildes vittória/REG/012/LL/61LLPRcc/82/
manuscrito de 1993/ARQstt01/

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