E quando eu partir, não diga nada, não mande flores, deixe-as que permaneçam enfeitando os campos, não sinta culpa, não derrame lágrimas e não perca tempo, minha alma, não estará mais ali e meu corpo, não saberá mais distinguir.
Não lamente minha partida. Se em vida, fui julgada, criticada e sem nenhum pudor, condenada por minhas atitudes, por minhas decisões, pelo meu jeito de ser, por qual motivo deveria alguém ser diferente, ao fechar meus olhos para sempre?
Não seja hipócrita, eu e nenhum de nós vai necessitar de mudanças de atitudes a nosso favor, depois que nosso tempo findou.
Chegamos aqui, sem nome, despidos de tudo e passamos a ser mais um na multidão. Aprendemos a cobrir nosso corpo e lentamente, a despir a nossa dignidade, a nossa honradez. Fomos crescendo e aprendendo a conquistar, a errar, a magoar, a odiar e a descartar com facilidade aqueles que de uma forma ou de outra, atravessam nosso caminho.
Alimentamos a vaidade, tecemos uma lista sem fim de qualidades que julgamos possuir e deixamos de enxergar o que realmente somos e assim, a seta indicativa de defeitos fica apontada na direção dos outros.
Desejamos tudo e tudo, de nada servirá quando o nosso dia chegar. Nossa riqueza acumulada, provavelmente, dará motivos para demandas, inveja, processos litigiosos que poderão permanecer em disputa durante anos porque aprendemos a não ceder a favor do outro.
by/erotildes vittoria/REFLEXÃO/8214/B/31 de maio de 2015
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
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