quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Linhas nas entrelinhas das linhas...



Eram tantos volumes e em cada página que eu lia, mais eu aprendia o quanto inútil era tudo aquilo que me atava ao tempo sempre com a desculpa de que seria só mais um dia.

Foram muitas noites acordada reavaliando cada linha nas entrelinhas das linhas e acabei concluindo que todas elas deveriam ficar onde estavam, no tempo que viveram, nos dias que morreram, nos meses que não aconteceram e nos anos que insistiram em permanecer juntando o que não tinha mais vida.

Compreendo que tudo possui seu lugar e ali, se encaixam e devem ficar, todas as memórias que vão desbotando com o passar do tempo, assim como a tinta que mancha o papel quando molhado e nada mais se lê naquele borrão mesclado.

Páginas, foram grampeadas e hoje, não contam mais histórias, moram em lugares distantes, desconhecidos, sem mapas para chegar.

Soltam-se, elos enferrujados que seguravam os cadeados e me mantinham presa ao nada.

Brotam, idéias novas em uma nova vida. É papel em branco e com poucas linhas que serão preenchidas com bagagem sem peso.

Palavras bonitas, voaram com o vento, eram leves, cópias sem valor.
Agora, tenho meu abraço que me aperta forte e enche de coragem, essa alma que sempre caminhou sozinha.

by/erotildes vittoria/GRESTBT29///29 de junho de 2014
Image public domain.

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