domingo, 23 de julho de 2017

A carta...






Era madrugada, estava revendo em um canto da biblioteca, livros antigos com historias ultrapassadas, algumas sem sentido.

Aquilo foi me mostrando o quanto de bobagem havia ali. O mofo, tomava conta de tudo, havia cartas sem endereços e frases sem nexo. Cansada talvez, tropecei, e tudo foi ao chão misturando os livros antigos com os novos.

Tentei juntar e colocá-los na estante, mas um envelope que saiu de um deles, me chamou atenção, havia uma tarja enorme na cor vermelha. Peguei, estava aberto e com várias páginas anexadas a um clipe.

Curiosa, retirei o clipe e fui lendo. Minha respiração, ficou ofegante pelo cheiro do mofo, e pelo conteúdo do texto, estava me sentindo culpada pela invasão.

Era uma bela declaração de amor para uma mulher comprometida. Dizia do amor que haviam vivido no outono de 1810 e suas consequências, ao serem descobertos.

Uma historia bonita, vivida intensamente, mas com um fim trágico. Estava tão absorta na leitura, que não percebi alguém ali.

Levantei do chão onde estava sentada, e vi meu avô que olhava para mim com tanta tristeza que meu coração, parecia estar partindo em pedaços junto com o dele. Me abraçou e disse, sim, ela era sua avó.

byerotildes vittória/REG/011/LL/66LLPR/ccSS0098009800/010/013 (ficção)
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