O dia amanhecia sempre ensolarado, quente, mas a brisa,
amenizava o calor daquele fim de inverno.
Os pássaros, voltaram a cantar e algumas borboletas
passeavam no jardim que enfeitava de folhas novas e muitos botões, as roseiras
que veladamente, já anunciavam uma primavera perfumada.
Deixei de lado as tantas páginas que escrevi, nelas, haviam muitas lembranças gravadas em algumas linhas, mas pareciam sem importância,
eram desabafos de pedaços de vida com seus entraves, algumas despedidas nas
entrelinhas nunca lidas, tampouco, entendidas por aqueles que fingiram ler. Mal
sabiam eles, o valor de cada palavra.
O ciclo, aos poucos teve seu término, a grama foi cortada,
as árvores podadas, a casa vendida e reformada.
Os sinos, bateram forte anunciando um fim de vida. Um aviso
falso, o padre não entendeu que tudo continuava como antes, mudava de lugar,
somente a alma que voava sobre as colinas cobertas de nuvens brancas. A vida do
corpo, não existia há muito tempo.
A passagem para atravessar a parede, sempre esteve aberta,
mas era necessário saber enxergar com os olhos vendados, caminhar acima do chão
sem medo de cair, atravessar oceanos, sem afundar, apontar as estrelas, sem
desejá-las.
Era preciso aprender a enxergar a sombra da árvore para
saber o tamanho dela, enxergar no corpo, a grandeza da alma, no olhar do outro,
a dor que havia em seu coração. Era preciso, aprender o motivo de viver.
by/erotildes vittoria11REF/CED/17 de agosto de 2015