sexta-feira, 26 de julho de 2019

Vovó...


Vovó...

De saudades, já nem falo mais, quem não lembra da sua avó? De manhã bem cedinho na cama bem quentinha trazia um leite e dizia, beba tudo para você crescer forte e sadia, é muito bom para começar o dia e era, minha avó. 

Quando mamãe morreu, foi você quem me acolheu e aos nove anos, aprendi a amar diferente e a querer você, sempre comigo, tinha medo de te perder também, mas você sempre ensinou que tudo na vida tem fim.

Me ensinou a amar e perdoar, mas sempre perdoar a mim mesma antes de perdoar aos outros e assim, meu coração seria feliz.

Você minha avó, tinha uma coleção de beijinhos curativos e quando foi embora, senti tanto e os guardei para usá-los e aplacar minha nova e imensa dor. Usei seus beijinhos para não chorar, para poder ir em frente e continuar. Alguns deles, guardo ainda e quando minha dor é muito grande, vou lá e faço uso deles e assim, engano meu coração.

Hoje, minha avó, estou triste, muito triste, nem teus beijinhos fazem passar minha dor, mas lembro que dizia, não peça nada a Deus, apenas agradeça os momentos, Ele saberá dar o que necessita.

Está difícil, mas sei que estava certa e meu coração, será feliz novamente. Os pássaros quando voam, são livres e vão sem medo, era o que você falava quando algo doía em mim.

Quantas coisas me ensinou e tantas que não ouvi. As mais belas lições da vida foram mostradas para que eu vivenciasse e compreendesse o que poderia ou não, ser útil na minha caminhada.

Me ensinou a contar apenas comigo e nunca esperar que alguém abrisse meu caminho, porque somente eu, saberia fazê-lo, somente eu poderia ter a certeza do que desejava para mim e assim, seguir sem medo porque não seriam os obstáculos a me deter e tampouco, impedir minha caminhada.

Obrigada minha avó, minha heroína, meu exemplo de vida, de carinho, de firmeza e de amor. Quanta sabedoria minha avó, mas eu não entendia.
by/erotildes vittoria/REG/012/LL/61LLPRcc013manuscrito de 1973

Imagem/Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  Viagem... Era diferente, as folhas secas, não ficavam despedaçadas ao pisar nelas. Havia uma cortina feita de uma névoa azul que limitav...